Contraste

O contraste é universal pois está presente em tudo: na Vida, na Arte, onde constitui as mais fabulosas obras-primas de sempre e na Ciência.
Nós,seres humanos, somos feitos de uma antítese de sentimentos pois na nossa Vida experimentamos o sabor dos sentimentos bons e agradáveis, nos quais gostamos de nos recostar, apreciar e que desejamos que sejam eternos, tais como: o Amor, a Felicidade, a Amizade a Diversão, etc. e o sabor dos sentimentos maus e desagradáveis, os quais detestamos, nunca mais queremos voltar a sentir mas que apesar de se afastarem momentaneamente, tendem sempre a regressar, tais como: o embaraço, a solidão, a fúria, o nervosismo, a frustração, a dor etc.
Apesar desta dita antítese, a grande e derradeira verdade é que nos seria impossível viver sem a junção destes dois lados da nossa vida pois esta é uma enorme aquisição de experiências e para evoluirmos cada vez mais e mais, temos que sentir a sua Luz, representante do seu brilhantismo, glória e bem-estar mas também temos de sentir a sua Escuridão, representante da sua obscuridade, derrota e mal-estar pois a vida não é um mar de rosas nem é perfeita.
Para conhecermos o seu lado bom temos que experimentar o seu lado mau ou vice-versa, por isso é que ,por exemplo, nenhum ser humano ama sem sofrer ou vice-versa.

E se o contraste não existisse?

Se o contraste não existisse, se tudo fosse de uma só cor, se tudo só tivesse um lado, se tudo fosse homogéneo…a vida seria um perfeito tédio, sobre a qual a monotonia reinaria.
Tudo seria perfeito e como tudo assim seria, o aborrecimento iria instalar-se no mundo porque neste, a diversão seria inexistente, pois esta provém maioritariamente da apreciação do erro ou de situações embaraçosas, o que devido à perfeição não existiria e toda a gente iria ser igual, não existindo consquentemente diversidade neste mundo porque toda a gente iria ter os mesmos ideais e objectivos de vida, não podendo discutir nem debater nada de nada devido à sua homogeneidade.
Por isso, ainda bem que somos heterogéneos, pois é através deste contraste universal que para além de caminharmos para o conhecimento supremo de modo a alcançarmos o Topo, encontramos o nosso equilíbrio interior e psicológico.